Depois de ler um post da Garance Doré sobre beleza, não resisti a tecer alguns comentários também. Se há aqueles dias em que nos sentimos m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-s, qual deusa grega qual modelo da Vogue, há também (e muito mais frequentemente!) aqueles dias em que, depois de uma mirada num espelho de um carro ou numa poça de chuva a imagem que temos da nossa imagem nos parece um pouco mais real, e, por isso mesmo, mais cruel, mais enfadonha e mais aborrecida do que aquilo que gostarÃamos de transparecer mas também, muito provavelmente, não tão hedionda quanto aquilo que realmente fazemos passar...
É engraçado como acontece com todos. Digo, todas, pelo menos no que toca ao geral feminino que me é conhecido. E, no meu caso, a bipolaridade está quase sempre ligada a alterações hormonais gigantes que se fazem sentir de uma forma ridiculamente marcante. (Can you blame me?) Mas é engraçado constatar - eu já o fiz e por isso é que o escrevo - que a beleza é, sem querer repetir-me com teorias banais, uma questão simples de auto-convencimento sobre a beleza própria. E claro, consequentemente, sobre como esse convencimento intrÃnseco se reflecte nos outros.
Se há actrizes e actores que considero soberbos, apesar de todos os defeitos fÃsicos que possam ter, deve-se (maioritariamente, não vou ser hipócrita...) ao facto de me ter apaixonado pelas suas personagens, e não completamente pela sua aparência... Muito culpa, confesso, da minha rendição por vozes marcantes, mas principalmente pelo que essas vozes reproduzem e pela personalidade que as suas ideias sugerem.
Uma mulher bonita e confiante é quase sempre mais bela do que uma mulher lindÃssima que não sabe que o é.
Excepções existem, obviamente. Até porque eu própria conheço mulheres lindÃssimas cuja confiança me abisma! Será que elas sabem que se soubessem o quão bonitas realmente são, tornar-se-iam ainda mais belas?