Alguma vez quiseram algo tão escandalosamente muito que, quando encontraram o que queriam, depois de ardentes perÃodos de ansiedade e tristeza, os vossos corações deixaram de sentir o aperto, quase se acomodaram à felicidade utópica que trespassa o corpo por alguns tempos, e o sorriso estúpido da cara insistiu em não desaparecer?
Claro que sim. Provavelmente com um rapazote qualquer da escola, com um brinquedo qualquer em criança, com a notÃcia de que entrámos na faculdade x ou, simplesmente, com uns sapatos novos. (Alguma coincidência?)
E depois? Que fazer ao vazio que não ficou preenchido? Porque é que não nos sentimos estupidamente felizes... sei lá... para sempre? Porque é que esta coisa que nos parecia inicialmente tão obviamente fácil de atingir e que nos parecia tão claramente a melhor forma de nos realizarmos naquele momento, se torna, tão rapidamente, numa coisa... banal? Numa coisa, numa pessoa ou num acontecimento... dispensável?
Não sei responder, é de ser humana. E mimada, provavelmente.
Mas tenho a certeza que há excepções. Este almost leather jacket que a minha amiga Gabriela queria há imenso tempo e finalmente encontrou numa versão quase perfeita (o casaco é lindo! e é da mango!) vai fazê-la ter um sorriso estúpido na cara durante muito tempo, porque não vejo como alguém se pode cansar dele. Tem uns ombros almofadados, assenta como uma luva e desperta a inveja alheia... Poderia ser melhor?
É isso, e sapatos novos.
Sempre incansáveis.
Se alguma vez disse o contrário estava a mentir...